Marizilda Cruppe
© Gustavo Pellizzon
© Gustavo Pellizzon
A fotojornalista Marizilda Cruppe concedeu entrevista para o blog Olhavê, do jornalista Alexandre Belém, e falou sobre a sua participação no corpo de jurados do World Press Photo 2010.
Marizilda é considerada uma das mais atuantes fotojornalistas brasileiras e em seu portfólio apresenta um olhar bastante individual.
Marizilda é considerada uma das mais atuantes fotojornalistas brasileiras e em seu portfólio apresenta um olhar bastante individual.
© Marizilda Cruppe
Quando perguntada sobre qual dica ela daria aos fotógrafos brasileiros que adoram encarar os concursos, respondeu o seguinte:
"Uma dica é pedir a ajuda de um ou mais amigos para editar as fotos. É preciso desapegar-se para editar bem. Muitas vezes gostamos de uma foto porque ela nos remete a uma boa lembrança do momento do clique, mas ela não acrescenta nada à história. Menos é mais. Não esquecer disso nunca. Outra dica é enviar, no mínimo oito fotos para uma história. Duas fotos não contam uma história e doze fotos pode ser um número exagerado, se a história for mal editada. As projeções não são lentas e é preciso dar tempo aos jurados de entenderem a história que o fotógrafo quer contar, de conhecerem um pouco o seu estilo de fotografar etc. Falo mais em histórias do que em singles porque pode ser mais difícil editar uma história do que escolher uma foto única para inscrever no prêmio. E também porque uma boa foto pode ser pinçada de uma história não tão boa. O concurso abre essa possibilidade, como também abre a possibilidade de remanejar uma foto/história de categoria, caso o fotógrafo tenha inscrito em categoria errada. Outra dica que posso dar é para os fotógrafos darem mais atenção à categoria “Daily Life”. Tudo cabe nesta categoria. O que não seria “Daily Life”? Vivemos um tempo em que os leitores se interessam mais pelo que está próximo da realidade deles do que o que está distante. E o conceito de proximidade/distância a que me refiro não é geográfico. Sinto que as pessoas têm se importado mais com o que parece mais próximo de suas vidas. O desafio está em encontrar temas locais que tenham uma mensagem global. Um entendimento universal, portanto. A dica final é sobre o Photoshop. Entre os meus colegas de júri houve uma rejeição coletiva aos exageros do Photoshop. Nada combinado previamente, mas uma coincidência de opiniões. Nada contra as ferramentas de “laboratório” do Photoshop, mas situações irreais de luz e cor que alteram a realidade de uma maneira que nada acrescenta ao trabalho. Manipulação, nem pensar. As regras são rígidas e seguidas à risca. Veja o exemplo da história desqualificada por manipulação no concurso deste ano."
Leia a entrevista completa aqui.
"Uma dica é pedir a ajuda de um ou mais amigos para editar as fotos. É preciso desapegar-se para editar bem. Muitas vezes gostamos de uma foto porque ela nos remete a uma boa lembrança do momento do clique, mas ela não acrescenta nada à história. Menos é mais. Não esquecer disso nunca. Outra dica é enviar, no mínimo oito fotos para uma história. Duas fotos não contam uma história e doze fotos pode ser um número exagerado, se a história for mal editada. As projeções não são lentas e é preciso dar tempo aos jurados de entenderem a história que o fotógrafo quer contar, de conhecerem um pouco o seu estilo de fotografar etc. Falo mais em histórias do que em singles porque pode ser mais difícil editar uma história do que escolher uma foto única para inscrever no prêmio. E também porque uma boa foto pode ser pinçada de uma história não tão boa. O concurso abre essa possibilidade, como também abre a possibilidade de remanejar uma foto/história de categoria, caso o fotógrafo tenha inscrito em categoria errada. Outra dica que posso dar é para os fotógrafos darem mais atenção à categoria “Daily Life”. Tudo cabe nesta categoria. O que não seria “Daily Life”? Vivemos um tempo em que os leitores se interessam mais pelo que está próximo da realidade deles do que o que está distante. E o conceito de proximidade/distância a que me refiro não é geográfico. Sinto que as pessoas têm se importado mais com o que parece mais próximo de suas vidas. O desafio está em encontrar temas locais que tenham uma mensagem global. Um entendimento universal, portanto. A dica final é sobre o Photoshop. Entre os meus colegas de júri houve uma rejeição coletiva aos exageros do Photoshop. Nada combinado previamente, mas uma coincidência de opiniões. Nada contra as ferramentas de “laboratório” do Photoshop, mas situações irreais de luz e cor que alteram a realidade de uma maneira que nada acrescenta ao trabalho. Manipulação, nem pensar. As regras são rígidas e seguidas à risca. Veja o exemplo da história desqualificada por manipulação no concurso deste ano."
Leia a entrevista completa aqui.
3 comentários:
Marizilda se destaca pela simplicidade do olhar apurado. Boa dica ela deu.
Não da pra discordar de cabeça tão afiada. Leiam todos.
Este procedimento tb nos da vivencia e consequentemente maturidade profissional.
So assim conseguiremos a cada desafio determinar qual sera o aplicavel.
A regra é o senso que se aplica.
Muiiittto Legal.
A Cruppe é uma das grandes forças da fotografia feminina do Brasil. Sua simplicidade no olhar encanta.
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